Uma vontade boba de passear pelas ruas do meu passado, tateando as lembranças, enquanto o sol se põe lentamente, uma vontade de não ir embora, e de não deixar que mudem nem mesmo uma vírgula dessas tantas coisas que eu vivi.
Vontade de atravessar o nada de olhos fechados em cada entardecer de verão.
Essa tristeza que eu trago nos olhos, é da dor de ter crescido, de não ter alimentado aquela criança dos olhos cintilantes, que foi morrendo aos poucos. É dor, de saudade irreparável.
Dentro de mim, sobrou uma coisa que sem nexo eu entítulei de esperança, esperança de que tudo um dia terá de ficar no seu devido lugar, e que nós só nos lembraremos das tardes de domingo. O que um dia eu fui? O que eu sou hoje? E aqui há uns 20 ou 30 anos? Espero ter sorte de conseguir alcançar meu futuro.
O que me dá forças é saber que vivo em um tempo que grandiosamente e dignamente tem o nome de presente, a ponto de me fazer sorrir por coisas que eu por algum motivo (que não direi por falta de necessidade) eu desejei chorar, ou chorei, não sei mais, tanto tempo se passou.
Sorrir, para o futuro, que me traz os sonhos mais doces do mundo, também tem me dado forças.

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