Reconhecer com o máximo de esforço que o seu amor, ou melhor, o nosso amor, com aquela coisa de pele, desejo, carinhos, acabou, que ele não existe mais.
Aceitar que tudo ficou perdido no tempo, ou guardado em um baú secreto, colorido e lindo, é o primeiro passo para acreditar que o seu amor não me comove mais , e que não me toca, que não me enciuma quando penso no seu beijo em outra boca, e nos seus olhos mel olhando em uma direção que não é minha.
Não, não vou me enganar, dizendo que não desejo carinhos, seja lá de quem for, não vou fingir que sou de ferro, e que só desejo a sua boca, eu sou toda ser humano, minha carne precisa de afagos, tanto quanto a minha mente suja e meu coração ralado precisam de você.
E quando me olho, já me vejo partida em duas, uma que ama; os olhos verdes, a boquinha pequena, o jeito de olhar, falar, sorrir e principalmente o jeito de me tocar. E outra; que põe a ponta do pé cuidadosamente na piscina gelada que também pode ter o nome de paixão, onde os seus olhos castanhos seduzem imediatamente, como uma onda por onde passa, e suas percorrem deliciosamente o corpo de quem é tocado.
E então, já nem sei mais quem sou, se me acalmo e espero como um bebê, cada passo novo, ou se mergulho lá no fundo de cada uma das situações, e deixo a melhor permanecer em mim. Enquanto isso minha única certeza é que o vazio e o frio ainda percorrem meu corpo, desejo ansiosamente uma onda de calor pra derreter, fazer virar liquido o que me impede de caminhar rumo à felicidade.


Escrito em quatro de Outubro de dois mil e dez, a fase não era das melhores, mas também nunca melhorou com tanta facilidade depois de transpor do sentimento para o papel.

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