E na vida o que nos resta é seguir, mesmo que doa, mesmo que rasgue, e sangre..
Seguir e tropeçar em algo lindo, que te faça ter vontade de sair de casa, tomar sorvete, que te faça querer um doce, e suspirar. Seguindo, viajando, sorrindo, mesmo que lateje às vezes, que essa coisa/pessoa te arranque sorrisos e te deixe mole de cócegas, que pinte, borde, apresente e represente só pra te arrancar um sorriso. Que você queira ver o mar, o sol, a lua, a encantadora lua, que você queira estar com a pele bronzeada como ela disse que gostava, com gosto hortelã na boca, como ela adora, com o cabelo trançado, o vestido rasgado, e o joelho ralado como uma menina sapeca.
Que eu, e você tenhamos vontade de aprender, de estudar de sair e badalar, que nem tudo seja riso, mas que tudo seja novo, e que o ano comece de uma forma diferente, sem fogos, mas com sorrisos, sem vinho, mas com chuva.
Que nem os fortes e nem os fracos tenham vontade de te fazer chorar e nem o poder de te fazer sofrer, que pra te dar alegria baste um pingo e não um rio, que amor, que esse sim seja mais que um rio, que te afoguem de afagos, que uma margarida seja muito bem-vinda no seu jardim, e se você não possuir um jardim, que comece um ano realmente novo, cultive um jardim, no quintal, na sala de estar, no quarto, ou em qualquer lugar,que esse texto seja sentido como poesia, e seja lido como prosa, que você, você tenha vários dedos de prosa com quem te ama, e diga a eles que você os ama também.
Que tanto eu, quanto você, nó possamos fechar esse ciclo e começar outro, que tenhamos fé em alguém, ou em alguma coisa que nos faça bem, que toda mágoa e rancor sejam diluídos com amor. E que você deseje só aquilo que é necessário que você tenha audácia, que tente, que pule, que dê o primeiro passo, que caia, e chore, e que não permaneça caído, que seja forte, levante, brinde.
Entre e saia de cada situação com dignidade, com personalidade, que não seja covarde, que não se omita diante dos fatos, faça o necessário para ser feliz, mas faça-o com amor, com devido cuidado para não se ferir, e nem me ferir.
Que você fotografe mais, porém saiba que os melhores momentos não podem ser registrados, que eles são guardados em lugares especiais, em uma caixinha colorida, cheia de fitilhos e desenhos de infância, e isso tudo você só pode encontrar na sua memória, e não é preciso que ninguém saiba, é preciso que você saiba dar valor aquilo que viveu, e reconhecer com esforço, com o máximo de esforço possível que aquilo nunca voltará, mas que você pode lembrar, amar, relembrar, reamar e continuar remando.
Que a gente invente um motivo novo todos os dias pra sorrir e buscar pessoas novas, respeitando as antigas, que a gente se renove para sorrir, e para chorar, pra viver e para morrer de amores, nem que seja só por um dia.
Que nem eu, nem você, percamos a essência, e que não sejamos escravos dos nossos desejos, que sejamos responsáveis por tudo que nos acontece. E que por fim, que a tristeza e o mal nos fortaleçam sempre. E que a dor, não te impeça de sorrir.

Nada mais sou no seu mundo do que uma partícula de poeira, e que diferença faz isso no meu mundo?
No meu mundo, nada mais sou, senão um ser partido em um milhão de fragmentos, sou minha própria teoria de Big Bang, sou um universo paralelo ao seu, eu me perco e me encontro, e te olho, te acho e te perco.
Sou fracasso, e me levanto do chão quando sentir vontade sou dona das minhas vontades, e de suas conseqüências. E se eu choro, é porque sou forte para assumir que não consigo segurar as lagrimas.
Eu sou maquiagem borrada, sou rancor, sou vingança deboche e sutileza, de uma forma que me toma e me impede de entender.
Minha loucura escorre pelas veias e se você me ferir, ela te contaminará.
Eu tenho a perfeição em cada defeito, me orgulho de não ser a menininha manhosa e boazinha da mamãe, não devo satisfações da minha vida, não exijo satisfações, e também não me permito sorrir pra agradar.
Você pode achar o que quiser, eu já me acostumei, pode achar que eu estou derrotada – não é a minha intenção, até porque não me interessa sua reação sobre nada que eu diga – mas eu vou surpreender quando levantar do chão.
E não, eu não tenho apenas coisas estranhas pra falar sobre mim, porém o meu melhor, o meu melhor não é descritível.
Eu nada mais sou do que aquilo que você não tem o dom de ver.

Então me diz o que mais você quer de mim, se você já assistiu a minha queda, e já sugou todo amor que em mim restava? Me diz se estou ficando louca, ou inconscientemente você continua a me dilacerar com seu olhar que jura ser indiferente, mas que parece me desejar.
E me diz, se eu já não faço parte da sua vida, porque é que restam tantos vestígios meus por onde meus olhos conseguem alcançar na tua vida?
Eu queria te fazer sentir minha dor, a dor que eu senti um dia, queria fazer cair gota por gota das tuas lagrimas, mas para quê? Se você já é passado imposto, se eu não sinto mais seu gosto e se a dor que me causou não vai cicatrizar?
Será que de tudo que você falou, não restou metade? Eu sei, agora já é tarde e uma hora essa confusão que eu causei em mim, vai passar.
Vai, pode ir, o terremoto passou agora o que me resta é escrever minha dor, pode rir, mas você sabe ninguém, ninguém vai sequer te olhar tão sinceramente como eu te olhei.




Pode ir, deixa a chave sobre a mesa..






Os textos postados aqui, são postados conforme minha vontade e não por ordem cronológica.


Reconhecer com o máximo de esforço que o seu amor, ou melhor, o nosso amor, com aquela coisa de pele, desejo, carinhos, acabou, que ele não existe mais.
Aceitar que tudo ficou perdido no tempo, ou guardado em um baú secreto, colorido e lindo, é o primeiro passo para acreditar que o seu amor não me comove mais , e que não me toca, que não me enciuma quando penso no seu beijo em outra boca, e nos seus olhos mel olhando em uma direção que não é minha.
Não, não vou me enganar, dizendo que não desejo carinhos, seja lá de quem for, não vou fingir que sou de ferro, e que só desejo a sua boca, eu sou toda ser humano, minha carne precisa de afagos, tanto quanto a minha mente suja e meu coração ralado precisam de você.
E quando me olho, já me vejo partida em duas, uma que ama; os olhos verdes, a boquinha pequena, o jeito de olhar, falar, sorrir e principalmente o jeito de me tocar. E outra; que põe a ponta do pé cuidadosamente na piscina gelada que também pode ter o nome de paixão, onde os seus olhos castanhos seduzem imediatamente, como uma onda por onde passa, e suas percorrem deliciosamente o corpo de quem é tocado.
E então, já nem sei mais quem sou, se me acalmo e espero como um bebê, cada passo novo, ou se mergulho lá no fundo de cada uma das situações, e deixo a melhor permanecer em mim. Enquanto isso minha única certeza é que o vazio e o frio ainda percorrem meu corpo, desejo ansiosamente uma onda de calor pra derreter, fazer virar liquido o que me impede de caminhar rumo à felicidade.


Escrito em quatro de Outubro de dois mil e dez, a fase não era das melhores, mas também nunca melhorou com tanta facilidade depois de transpor do sentimento para o papel.


Não, ela não era capaz de se entregar, e não se entregar é não viver. Se entregar é ultrapassar barreiras, romper limites, atravessar pelo meio o preconceito, e isso, ah isso ela nunca foi capaz.
Até mesmo quando setada na calçada, com uma garrafa de vodka barata e um maço de cigarros do lado, ela fumava, tragava, e colocava pra fora alem de fumaça, todos os seus medos, mas nunca admitia que ninguém ouvisse, quem quisesse, podia respirá-los, tentar decifrá-los, mas todas as tentativas sempre ficaram frustradas.
Ela conseguia acumular mais medos, sem que ninguém percebesse. Ela, ali sentada, não era capaz de tocar o seu corpo e dizer que o calor da sua pele era confortante, e que alguém poderia querer esse conforto.(E como é mesmo que se faz para se entregar a alguém, antes mesmo de se entregar a si mesma? Eu nunca tive essa resposta).
Ela recusou qualquer tentativa, refugou qualquer olhar, ela gostava do seu mundo, o seu mundinho particularmente sonso, um mundo de quem acha sutilmente doce apodrecer.
Quando cheggavam as 4 ou 5 horas da manhã, ela sempre se levantava friamente, calçava seu all star vermelho, abria os olhos lentamente, e com um olhar miope e frio, inclinava levemente a cabeça para os dois lados, e então abandonava tudo, abandonava sim, porque ela não gostava de se despedir, ela tinha o silencio ao partir, e caminhava com os olhos baixos para aquele poço onde ela adorava ficar, parava, silenciava por dois minutos - quase sempre nao durava dois minutos completos- e então olhava para trás, e sorria, me soava até ironico, eu o entendia como "ah, que bela companhia eu sou".
Ela constumava ser atordoantemente misteriosa com quem desejasse tirá-la da sua fuga interna.
Era moralmente agressiva com qualquer tentativa de ajuda de se salvar da sua corrosiva existencia.
E assim, fugindo das suas intrigantes dores ela seguia, por uma noite qualquer, tomava sua
garrafa de vodka barata, e fumava o seu cigarro, costumeiramente L.A. de cereja, e tragava, soltava silenciosamente seus medos acumulados de toda uma vida de "não entregas", cheia de preconceitos internos.



E quando eu digo que existem coisas que falam por si próprias, é disso que eu falo.

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