O salto poderia muito bem resolver todos os meus problemas, sentir o vento gelado pelo rosto me traria o animo novamente, mas dessa vez vou preferir uma garrafa de vodka, uma caneta e um papel, descrever minha dor é como transpassá-la de um corpo a outro, nem que o outro corpo seja somente papel, matéria inanimada, a dor escorrega em um momento. Talvez hoje essa seja a solução.

(...)

E a dor já é tanta que não cabe mais no quarto, o grito sai pela janela, a queda parece a solução, Não há espaço para um corpo dolorido e para o grito no mesmo espaço. Tudo que eu desejo é deixar o grito e saltar com meu corpo dolorido, para qualquer lugar que seja,- e embora eu saiba que a queda não mata, não instantâneamente, mas aos poucos,e o grito agudo ao invés de sair, irá me invadir, perfurar a matéria, sangra a alma - e apesar de tudo isso, ou talvez só isso, esse me parece o melhor caminho,me parece mais sábio desafiar a dor, do que conviver com esse grito contínuo que estúpidamente violenta meus ouvidos e minha alma. Melhor enlouquecer sábio, do que apodrecer sóbrio.

1 comentários:

Unknown disse...

Posso falar verdade?
apesar de toda fragilidade dos momentos trágicos, abri um sorriso ao ler o primeiro trecho. me deu uma certa... vontade de viver mais e enfrentar as coisas de peito.

:)

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